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A Condição humana

  • Foto do escritor: Fernando San Gregorio
    Fernando San Gregorio
  • 30 de ago.
  • 2 min de leitura
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Publicado em 1958, A Condição Humana é uma das obras centrais de Hannah Arendt e marca o auge de sua reflexão filosófico-política. O livro não é um tratado sistemático, mas uma investigação sobre as condições fundamentais da vida humana, sobretudo em sua dimensão ativa, ou seja, na maneira como os seres humanos se relacionam entre si e com o mundo.


Objetivo da obra

Arendt procura analisar o que significa “viver como humano” dentro do espaço público e político, distinguindo a vida ativa (vita activa) da vida contemplativa (vita contemplativa), que dominou a tradição filosófica desde Platão. Ela mostra como a modernidade alterou profundamente as formas de agir, pensar e conviver, destacando os riscos de reduzir a existência humana ao mero trabalho ou à produção técnica.


As três atividades fundamentais

Arendt organiza sua análise a partir de três atividades que constituem a vita activa:

  1. Trabalho (labor) – ligado à necessidade biológica, ao ciclo da vida e da sobrevivência. É repetitivo e não deixa obra duradoura.

  2. Obra (work) – ligada à produção de objetos artificiais e duráveis, que constroem o “mundo humano”. O homo faber é quem cria ferramentas, instituições e obras que permanecem.

  3. Ação (action) – ligada à pluralidade e à política. É o âmbito da liberdade, da palavra e da iniciativa. A ação é única, imprevisível e só se realiza entre os homens, em comunidade.


A política e a condição moderna

Para Arendt, a modernidade provocou um desequilíbrio: o trabalho e a técnica ganharam centralidade, enquanto a ação política e a experiência do espaço público foram esvaziadas. A sociedade moderna tende a reduzir os homens a “trabalhadores” ou “consumidores”, apagando a dimensão da pluralidade e da liberdade.


Importância e atualidade

  • A obra é uma crítica à sociedade moderna e ao avanço da técnica, que ameaça a autonomia da ação política.

  • Ressalta o valor da pluralidade e do agir em conjunto como fundamentos da política.

  • Inspira debates contemporâneos sobre democracia, espaço público, alienação do trabalho e responsabilidade diante do desenvolvimento científico-tecnológico.


A Condição Humana é uma reflexão profunda sobre o que significa ser humano em comunidade, um alerta contra a perda da esfera pública e um convite a redescobrir a ação política como espaço de liberdade e responsabilidade coletiva.



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