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O Desejo e a Vontade

  • Foto do escritor: Fernando San Gregorio
    Fernando San Gregorio
  • 17 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de ago. de 2019

Assuntos polêmicos e grandes temas foram levantadas por Nicolau Maquiavel (Florença, 3 de maio de 1469 — Florença, 21 de junho de 1527) no decorrer de sua vida, em sua obra mais conhecida intitulada "O Príncipe" faz importantes considerações sobre como se deve alcançar e principalmente manter o poder.

Maquiavel foi um observador profundo da natureza humana, fundamenta toda sua filosofia na premissa de que o homem é um ser desejoso. Assim, o desejo para Maquiavel é algo inato no ser humano, o desejo é falta, ou seja, só desejamos aquilo que não temos, não obstante aquilo que podemos alcançar. O objeto desejado como falta é passível de ser alcançado.

Maquiavel nos diz que a única coisa que suprime um desejo humano é outro desejo humano, somos seres desejosos por excelência O desejo em si segundo Maquiavel não é pressuposto para definição de moral, uma vez, como já dissemos acima, o desejo é uma condição natural do homem.

Para o pensamento de Maquiavel os meios não são importantes desde que alcancemos o desejado. Aliás uma conduta será considerada boa se de fato alcançar o fim proposto, caso contrário será considerada uma má conduta, falha em seus resultados. Desta feita a natureza desejosa pode ser um pressuposto para a justiça, esta consiste em fazer o que deve ser feito, ou seja, se para um príncipe manter sua posição for necessário sacrificar alguém é justo que assim seja. Um panorama relativista e pragmático.

Para contrapor as ideias de Maquiavel, podemos comentar um pouco sobre Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) e sua teoria da boa vontade, para Kant o conceito de justiça não deve ser pensado em respectivas variáveis do tempo. Mas sim algo que possa ser considerado universalmente (aos interessados ver seus estudos sobre o imperativo categórico). Mas a grosso modo para instituir o imperativo categórico é preciso para Kant observar o desejo humano não como liberdade, o desejo escraviza o homem e o aproxima da animalidade quer dizer, uma ação praticamente irracional, uma ação baseada na potência, na libido não deve ser considerada como liberdade, por isso a vontade entra em cena capaz de deliberar contra o desejo.

A vontade que luta contra o desejo é liberdade. Sendo assim possível se desvincular do instinto para promover um bem comum. Perceba que enquanto para Maquiavel a ação é desejo para Kant é vontade, a primeira é natural a segunda moral, uma individual, outra universal. Porque o desejo é de cada um, a vontade algo em comum. Qual a melhor forma de agir para alcançar determinados fins, de que maneira caminhar para obtermos determinados resultados? Precisamos definir entre o desejo e a vontade.

REFERÊNCIAS DURANT, Will. A História da Filosofia. Rio de Janeiro, Editora Nova Cultural, 1990. KANT, Immanuel. Os Pensadores. Rio de Janeiro, Editora Nova Cultural, 1990. VIROLI, Maurizio. O Sorriso de Nicolau. São Paulo, Editora Estação Liberdade, 2002.

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