O Caráter Mítico da Ciência Moderna
- Fernando San Gregorio
- 20 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de abr. de 2021
"Os Fatos estão carregados de teorias" (Wolfgang Smith).
Sócrates considerado por muitos como o fundador da filosofia ocidental possuía uma crença nos "deuses" de seu tempo e sua proposta filosófica foi de fato influenciado pelo oráculo de Delfos. "O homem mais sábio da Grécia" como fora sugerido pelo oráculo foi tomado como um desafio para Sócrates, provar que de fato não merecia este título, então saiu a interrogar os concidadãos atenienses a respeito de sua ignorância. Concluindo que muitos homens dito e ou considerado por sua sabedoria na verdade eram ignorantes a respeito de suas próprias experiências. falavam sobre justiça mas ao serem interrogados sobre o que é a justiça não o sabiam definir, ora interrogados sobre o bom e o belo não sabiam conceituar sobre suas origens e seus fins. O filósofo percebeu que o oráculo tinha razão porque ao menos ele Sócrates percebia que nada sabia e o reconhecimento de sua ignorância o destacava dentre os homens.
Newton e seu mecanicismo no qual reduz o todo às partes, a matéria e sua força de atração e repulsão. Conforme Wolfgang Smith pág.46, "É fácil perceber que não poderia haver qualquer vida espiritual em um universo mecânico, porque, em tal universo, não poderia haver vida alguma: nem mesmo uma ameba poderia existir em um mundo newtoniano. E por que não? pela simples razão que nenhum organismo vivo é redutível a somas de suas partes. Este fato foi reconhecido corretamente pelos filósofos ao menos desde o tempo de Aristóteles".
Assim temos, a razão fundamento inabalável da filosofia e sua origem no que se poderia dizer um caráter mítico promulgado por oráculos e pitonisas. A "supervalorização" de paradigmas estabelecidos como os de Newton. Negar estes elementos é conjectura para definição de um principio ideológico.
A insistência no caráter hipotético de algumas ciências é o que mais as aproxima de uma ideologia, senso teleológico (1) onde se formulam e se desenvolvem culturas como estereótipos de uma sociedade. Cria-se um paradigma (2) a respeito das ciências onde formulam-se leis positivas "longe dos preconceitos do senso comum, livres de uma perspectiva supra sensível ou de adeptos de uma possível religiosidade", negando as origens deverás do "mundo da vida" fomentando assim, um paradigma ideológico, promulgado por empresas privadas e sistemas políticos. Onde ganham forças através de grupos minoritários devidamente orientados pela engenharia social.
Quando das ciências serem sustentadas por esta estrutura, temos de fato uma narrativa "mítica" basta tomarmos por exemplo a hipótese da evolução das espécies de Charles Darwin.
Observamos um fenômeno perigoso quando um paradigma se estrutura em um caráter ideológico.
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1 - Teleológico, que relaciona um fato com sua causa final (diz-se de argumento, explicação ou conhecimento).
2 - Um paradigma é um axioma lançado onde vai ganhando "corpo" até que se torne uma base "axial" onde se lançarão os elementos para estudos procedentes. o paradigma é um primeiro fundamento para as ciências. Acontece que ele passa a ter a força dos mitos fundantes não podendo e ou não querendo ser superado.
REFERÊNCIAS:
SMITH, Wolfgang. Ciência e Mito, Editora Vide Editorial, São Paulo, 2014.
TARGA, Dante Carvalho. Filosofia da Ciência, 2014.
DURANT, Will. História da Filosofia, Os Pensadores, São Paulo, 1996.
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