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Movimento de santidade e as igrejas pentecostais.

  • Foto do escritor: Fernando San Gregorio
    Fernando San Gregorio
  • 14 de dez. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de mai.



O pentecostalismo moderno encontra suas raízes em pelo menos três grandes movimentos que surgiram em meados do século XIX. O pietismo, o metodismo, e o movimento de santidade. Com o pietismo que surge em oposição à ortodoxia Luterana apregoando os cristãos a uma vida prática de verdadeira experiência cristã, uma transformação do homem de dentro para fora, em detrimento de uma vida imoral, uma vida piedosa dentro e fora da igreja. O metodismo na figura de John Wesley vai enfatizar o arrependimento e a piedade cristã direcionando o homem a conversão e a perfeição cristã, ponto que irá inspirar o movimento de santidade dando ênfase voltada à vida santificada.


Wesley enfatizava a necessidade da experiência de uma vida santificada, plena em santidade, mais tarde conhecida como a doutrina da perfeição cristã. A perfeição ou a ausência de pecado (erradicação do pecado) seria possível nesta vida através da plenitude do espírito, conceituada como a “segunda bênção”. A primeira bênção seria a própria conversão. A segunda bênção produziria uma santidade plena ainda nesta vida.


Ainda influenciado pelas posições do movimento de santidade, Charles Parham insistia que o falar noutras línguas seria a evidência bíblica no batismo no Espírito Santo. Segundo Stanley Horton, para Parham o batismo também seria o selo do Espírito Santo e que somente estes seriam levados por cristo no dia do arrebatamento, os outros cristãos passariam pela grande tribulação. Ser batizado no Espírito Santo inicia o crente no serviço e não na salvação. Neste ponto, tanto o movimento de santidade como os pentecostais concordam, Isso significa ser revestido do Poder do alto e diz respeito à capacitação dos crentes em Jesus para promoção do evangelho e edificação espiritual. Trata-se de uma experiência que ocorre após ou junto a regeneração


A distinção nos conceitos e consequentemente em sua teologia surge com Willian Durham segundo Isael de Araújo as origens teológicas pentecostais no Brasil não são do contexto do movimento de santidade (Holiness) do metodismo dos Estados Unidos cujos expoentes foram Charles Parham e William Seymour. Estes pregadores de santidade acreditavam que o batismo no espírito santo com a evidência do falar em línguas estranha era a terceira obra da graça, como supracitado, a primeira bênção seria a salvação e a segunda a santificação e ou perfeição, uma bênção instantânea e definitiva, o crente receberia a libertação do pecado interior, promovendo a erradicação do pecado. Ainda segundo Isael de Araújo, a segunda bênção era condição para receber a terceira bênção, o batismo no espírito santo. Com Durham suprimiu-se a segunda bênção como elemento de santidade, ele ensinou sobre a supressão e a santificação posicional diante de Deus, conquistada pela obra expiatória de Cristo. Então se pensou nas obras da graça somente como duas, salvação e batismo no Espírito Santo. O Batismo no Espírito Santo é uma bênção resultante da obra de Cristo no Calvário e não através de uma segunda bênção ou perfeição cristã.


Ainda que a vida piedosa seja característica “sine qua non”, o batismo no Espírito santo promulga a excelência do testemunho cristão e o poder para executá-lo entre as nações. Quanto à evidência do falar em línguas, é importante destacar um enunciado das declarações de Fé das Assembleias de Deus (2016, pág. 165) “O falar em línguas é a evidência inicial desse batismo, mas somente a evidência inicial” O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder que diz respeito à capacitação do crente para pregar o evangelho e edificar a igreja.

A questão da mudança radical e possível erradicação do pecado, não foram aceitas principalmente pelas assembleias de Deus no Brasil (nos EUA continua a influencia Wesleyana e de santidade) a ideia se desenvolve assim, há uma mudança de posição do homem diante de Deus (posicional). Lutero pensou o homem como justo e pecador ao mesmo tempo, justo porque lhe foi imputado uma justiça que não é sua, mudando sua posição diante de Deus e pecador por que sua natureza aguarda na redenção completa a saber corpo, alma e espírito, alterou-se a posição diante de Deus e aguarda a mudança de estado (natureza) o que ocorrerá somente na glorificação. Por isso santidade em caráter progressivo.


Enquanto no movimento de santidade, o Batismo no Espírito Santo evidencia a piedade e a subsequente perfeição cristã, no movimento pentecostal a ênfase recairá no poder para a promoção da evangelização, não obstante, não se deve utilizar dos mesmos movimentos um em detrimento do outro porque somente um homem piedoso verá a Deus e como consequência promover o ide de nosso Senhor Jesus Cristo por esta terra.



Referências


SOARES, Esequias. A Razão de Nossa Fé - Assim cremos, assim vivemos, Casa Publicadora das Assembleias de Deus-CPAD, Rio de Janeiro, 2017.


M. HORTON, Stanley. Teologia Sistemática, Casa Publicadora das Assembleias de Deus-CPAD, Rio de Janeiro, 1996.


Teologia Sistemática Pentecostal, Casa Publicadora das Assembleias de Deus-CPAD, Rio de Janeiro, 2014.



Conde, Emílio. História das Assembleias de Deus, Casa Publicadora das Assembleias de Deus-CPAD, Rio de Janeiro.


Araújo, Isael de. História do Movimento Pentecostal no Brasil, Casa Publicadora das Assembleias de Deus-CPAD, Rio de Janeiro.

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